A Surdez dos Gênios da Vida
Ontem, recebi um vídeo de piada tão ruim que acabou arrancando uma gargalhada involuntária. E, surpreendentemente, me levou a uma reflexão profunda sobre a vida. Deixe-me contar essa pérola de humor para que eu possa apresentar minha teoria:
Arnaldo chega ao bar, ostentando um baralho gigante. Intrigados, os amigos logo perguntam onde ele arranjou aquilo, porque nunca tinham visto um baralho de trinta centímetros.
Ele responde:
— Foi um gênio da lâmpada que me deu.
— Ah! Como eu gostaria de ter uma chance dessas! — diz o dono do bar, empolgado.
— Isso é fácil, eu arranjo a lâmpada pra você — responde Arnaldo. — Só um aviso: esse gênio só concede um desejo. Não desperdice!
— Pode deixar comigo, confio no meu taco.
Arnaldo entrega a lâmpada e o dono do bar esfrega até que o gênio aparece:
— Você tem direito a um pedido. Faça, e eu o concederei.
Assim, o dono pede:
— Eu quero grana, muuuuuuuita grana, para que esse bar transborde de grana!
— Pedido concedido! — responde o gênio antes de desaparecer.
Num piscar de olhos, o bar se enche de grama até o teto, causando uma confusão monumental.
Indignado, o dono do bar se volta para Arnaldo:
— Esse gênio seu é surdo, é?
Arnaldo, com um sorriso maroto, responde:
— Claro que sim. Você acha que eu pediria um baralho se o contrário fosse?
Admito que ri dessa piada, mas logo depois percebi uma lição interessante: a vida, no fundo, é um grande gênio surdo. Nós passamos por ela com poucos pedidos, e embora nos esforcemos para sermos claros, o resultado raramente é o que esperamos. Mais ou menos assim:
Carros e Bicicletas: O carro que você tem talvez não seja o que queria; no pior dos casos, está pedalando uma bicicleta.
A Casa (Quase) Ideal: Se você gosta da sua casa, é provável que ela não esteja onde gostaria que estivesse.
Família: Tem pessoas próximas que nem escolheram nascer na família que têm.
Escolha de Faculdade: Com tantas opções de cursos, somos lançados às cegas numa jornada que nem sempre leva ao destino desejado.
O Corpo dos Sonhos?: E sobre o corpo, alguém por aí está desfilando com o sorriso (ou o traseiro) que gostaria?
Portanto, já que a vida é esse gênio surdo e imprevisível, talvez a grande arte esteja em aprender a rir do caos e aproveitar ao máximo cada aventura desconcertante que vem com nossos pedidos mal compreendidos.